Fui criada num lar marjoritariamente feminino, meu vô morreu quando eu tinha 3 anos, meu pai sempre foi ausente, tenho pouquíssimas lembranças dele, minha mãe morreu quando eu tinha 6 anos e ficou minha avó, minha irmã e eu. Éramos só nós para tudo. Eu tive duas meninas, minha irmã uma, seguimos sendo um lar feminino.
No Código Civil do Brasil de 1916 a mulher era considerada um ser subordinado ao homem que exercia a chefia na organização da família, ao casar-se ela perdia a capacidade civil plena, pois só podia trabalhar ou realizar transanções financeiras se tivesse autorização do marido.
Minha avó nasceu em 1921, casou-se já com 38 anos o que para aquela época já era considerada "moça velha", meu avô seu primo já tinha 60 anos, ela nunca tocou no assunto de porque casaram, não sei se foi arranjado para "garantir uma vida melhor" para ela, tendo em vista que na visão da sociedade era impossível a mulher garantir seu próprio sustento, seus bens ou sua vida. De quatro gravidezes só sobreviveu a minha mãe, pelo pouco que conheço a história, não acredito que ela tenha sido feliz.
Quantas histórias de mulheres que não tinham sua voz, seus desejos, sua opinião ouvida. Quantas mulheres criadas para obedecer, se calar, baixar a voz. Por quê?
A mulher está cada vez mais presente no mercado de trabalho, porém, essa mulher precisa de mais igualdade no lar para poder despontar no lado profissional, já chega dessa jornada dupla, a responsabilidade de casa é de todos, Homens podem lavar, cozinhar, cuidar das crianças tão bem quanto.
É triste também que tenha sido criada uma rivalidade feminina tão grande, que a tanto custo estamos tentando eliminar, de alguma forma a sociedade machista vem tentando dividir para enfraquecer, a gente escuta que "mulheres são difíceis", que não é bom trabalhar com mulher, e se não cuidamos nos pegamos repetindo frases do tipo.
Acredito que praticamente toda mulher conhece alguém por perto que sofreu abuso, que sofreu violência física ou psicológica, que sofreu por causa do machismo. A luta é de todos, os homens precisam respeitar as mulheres não como se fosse uma mãe ou uma irmã, mas como se fosse uma mulher mesmo, e todos precisam entender que o Feminismo não é sexista, isto é, não busca impor algum tipo de superioridade feminina, mas a igualdade entre os sexos. É um movimento social por direitos civis, que desde a sua origem reivindica a igualdade política, jurídica e social entre homens e mulheres.
Precisamos educar nossas meninas para que elas conheçam todo o seu potencial, e ensinar aos meninos que as mulheres devem ser tratadas com igualdade e que os direitos delas não tiram os direitos deles.
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